sexta-feira, 31 de agosto de 2012

LICENÇA PARA CANTAR NA IGREJA?


A CCLI (Church Copyright License International) demorou, mas chegou ao Brasil e com toda força. Ela será o órgão regulador dos direitos autorais das musicas produzidas no meio evangélico brasileiro. Com base na lei federal 9.610/1998 que concede direitos autorais não apenas de música, mas de outras formas de produção literária, artística e impressa, a CCLI estará gerenciando como também fiscalizando as igrejas que estiverem usando musicas de seus autores e detentores dos direitos autorais.

Basicamente, as igrejas que se interessarem pelo uso de qualquer música seja para o canto congregacional, projeção de letras, gravação ao vivo do louvor, impressões de copias de letras e partituras como também criação de arranjos personalizados deverão pagar uma taxa anual sendo que, os valores variam com a quantidade de pessoas que frequentam os cultos ou reuniões religiosas. Veja neste link as taxas estabelecidas. Em nossa igreja local, por exemplo, teríamos que pagar uma taxa anual de R$170,00 reais. 

A princípio, temos duas questões a serem analisadas. Em primeiro lugar, de fato, todo artista sério como os autores de seus respectivos trabalhos publicados devem ter seus direitos garantidos inclusive comercialmente. No todo, entende-se que esta lei é necessária como positiva, já que, na verdade, foi reformulada devido ao atual contexto evolutivo no modo de produção e consumo da arte como também o surgimento de novas mídias para a propagação e publicação dos mesmos.

Contudo, outro aspecto precisa ser levado em conta. Esta regulamentação gerenciada pela CCLI deve respeitar limites estabelecidos não apenas na perspectiva legal, mas principalmente ética. Como uma igreja e até mesmo indivíduos serão cobrados por exercerem a liberdade pessoal e coletiva de usufruírem publicamente de músicas cantadas ou tocadas em reuniões religiosas e cultos evangélicos? Em alguns anos nos será cobrado uma licença por assubiar ou cantarolar uma música nos momentos privados. Um aviso aos cantores de chuveiro, fiquem alerta! E, não se espantem se o fiscal bater na porta do seu banheiro lhe cobrando a taxa anual de licença pelos direitos autorais das músicas de seu gosto pessoal.

Tenho tido a forte impressão que o interesse é claramente apenas engordar o mercado religioso especialmente entre os evangélicos e dissidentes do mesmo ramo. Para mim, por um lado, isto será muito positivo se as igrejas desejarem selecionar melhor as músicas que usam em seus cultos. Não questiono a qualidade profissional e técnica no mercado da música cristã no Brasil, mas rejeito a maioria delas por ser um veneno tanto no modelo estético (o estilo, o ritmo, a forma de conduzir e apresentar tais músicas) proposto para seu uso na adoração pública como também o seu conteúdo teológico (se é que muitas delas contêm alguma lógica em sua teológica).

Uma das iniciativas que temos tomado na Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho é de compor os próprios cânticos como também o uso do bom e histórico Hinário Novo Cântico (Hinário oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil). Mas, ainda não deixamos de usar alguns hinos e cânticos que são de DOMÍNIO PÚBLICO que realmente ensinam as verdades das escrituras. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

ESTÁ COM DIFICULDADE DE ENCONTRAR BOA MÚSICA PARA OUVIR E CANTAR?

Keith e Cristine Getty
Sua equipe de música na igreja está com dificuldade para encontrar boa música para cantar nos cultos solenes? Pois é, esta é a nossa luta constante também aqui na Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho. Contudo, se procurarmos com mais cuidado e dedicação, iremos encontrar bom material. Infelizmente, no Brasil ainda não temos musica congregacional de qualidade. Neste caso, qualidade não é apenas a parte técnica, de produção e profissionalismo, mas estou falando do conteúdo bíblico e teológico. 

Desta forma, indico um pessoal muito bom no que faz não apenas no profissionalismo artístico, mas da boa musica cristã que estão produzindo. A família Getty tem sido um diferencial para os  nossos dias. Em primeiro lugar, suas músicas transmitem explicitamente as escrituras. Em segundo lugar, a família Getty não apenas produz composição própria como também tem resgatado os hinos sacros como você pode conferir.    

Os Getty é uma família oriunda da Irlanda do Norte, mas vivem nos Estados Unidos onde compõem e realizam turnês de seu repertório sacro. Os compositores, Keith Getty e Stuart Townend afirmam que a intenção é produzir hinos modernos que ensinam a fé genuinamente cristã. “O que cantamos afeta como nós pensamos o que sentimos e, finalmente, o modo como vivemos, por isso é tão importante que cantemos todo o escopo da verdade da Bíblia que Deus nos tem dado. A segunda razão é a tentar criar um estilo mais atemporal musical que cada geração pode cantar, um estilo que se relaciona com o passado e o futuro”

Se você não tem encontrado bons cânticos para o louvor congregacional em sua igreja local, aqui vai a primeira dica. É só acessar o link do Getty Music

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

É PRECISO CONHECER TEOLOGIA PARA CANTAR NO CULTO?


Algum ensaio desses tratando do assunto


Fiquei estarrecido com a colocação de uma palestrante quando disse: “Pra que precisamos de teologia? Teologia engessa as pessoas. É preciso ser prático”. O contexto de sua fala foi sobre educação cristã e evangelismo com crianças segundo a Bíblia. Na verdade, este é o pensamento comum de nossa época. O pragmatismo é parte dos pressupostos filosóficos inclusive dos crentes em geral. Isto também se aplica à música no culto público. 

Os pastores zelosos com a pureza doutrinária e litúrgica de suas igrejas locais são denominados por muitos como legalistas, por averiguarem as letras dos cânticos e hinos  cantados nos cultos dominicais. Eu faço parte dessa turma de pastores “legalistas”. Entretanto, o zelo por si só, sem a orientação e conscientização do cuidado teológico do que se canta, torna-se tão perigoso e pecaminoso quanto o outro extremo que canta sem critério bíblico algum, tudo o que está no mercado da música cristã contemporânea. 

Portanto, é necessário responder à pergunta que os músicos e muitos membros de nossas igrejas fazem: É necessário conhecer teologia para cantar no culto solene? A resposta é sim! Alguns motivos aqui devem ser colocados. Em primeiro lugar, todo cristão deve conhecer as escrituras. Quem estuda profundamente a Palavra de Deus, na verdade, está estudando teologia (Sl 1: 2). Nós que somos cristãos reformados, não desassociamos doutrina da teologia. As duas palavras são a mesma coisa. Doutrina é teologia e teologia é doutrina.  

Em segundo lugar, quanto mais conhecemos as escrituras, mais produzimos uma boa teologia cantada nos cultos solenes. Seremos mais criteriosos não como legalistas, mas como cristãos conscientes do que realmente cremos quando a Palavra é especialmente pregada. É possível afirmar que uma boa teologia contida e aplicada nas pregações de nossos pastores produz não apenas boas músicas cristãs, como também uma saudável teologia para os cultos solenes. 

Em terceiro lugar, toda e qualquer música que se canta transmite teologia. A questão é: Que tipo de teologia se tem cantado nos cultos? Existem cânticos como também hinos que aparentam conter uma boa teologia, entretanto, sutilmente, estão desviando os crentes da sã doutrina. 

Uma aplicação importante deve ser feita. Em geral, as equipes de música escolhem os cânticos para o culto atraídas pela estética do arranjo instrumental, vocal e a beleza poética das letras. Mas, por não conhecerem profundamente as escrituras não sabem se possuem uma boa teologia ou contém alguma heresia. Acrescenta-se a isso, o fato de que muitos músicos são conhecidos pela falta de compromisso com a sua vida devocional (estudo da Palavra e oração). Não é só o pregador que deve ser estudioso da Palavra, mas todo crente, independente de seu ministério ou função na igreja, deve dedicar-se ao estudo da boa teologia. 

Ainda, outro aspecto a ser destacado, é o papel dos pastores na supervisão do culto, especialmente na área da música (foco do presente artigo). Caros nobres presbíteros da igreja, não proíbam apenas, mas ensinem a boa teologia aos seus membros! Mais do que isto, conscientizem sua igreja local da necessidade de se cantar cânticos e hinos que os envolva com a sã doutrina. Infelizmente, há muitos pastores que não se preocupam com o conteúdo cantado e tocado nos cultos, como também, existem alguns pastores zelosos com a doutrina em si, no entanto, não sabem cativar seus membros de modo que compreendam a necessidade de cantar as escrituras para produzir uma emoção e reflexão saudável e verdadeira na adoração pública.
 Sei que este é um caminho muito trabalhoso e difícil. Porém, é o modelo bíblico que devemos seguir para orientar e instruir nossas igrejas no que tange a música, como parte do culto aceitável a Deus. 

Creio que um dos desafios do uso correto da música na igreja é combater o pragmatismo religioso nos cultos solenes e sermos mais criteriosos com o que cantamos. A estética musical não pode adornar o culto e muito menos definir a sua teologia. Ao contrário, a boa teologia ensinada nas escrituras deve moldar tanto a letra como a estética da música no culto.  

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

QUAL É O LUGAR DA MÚSICA NO CULTO SOLENE?


Esta pergunta precisa ser esclarecida a Igreja do SENHOR em nossos dias. O grande problema que os crentes de hoje enfrentam com relação ao lugar da música no culto solene é porque a Palavra de Deus não ocupa o seu devido lugar de importância e prioridade tanto na vida como na adoração solene. Mais ainda, muitos músicos nas igrejas não sabem como também preferem ignorar a necessidade de conhecer à luz das escrituras qual é o seu devido lugar quando servem a Deus por meio da música. Arrisco-me até dizer que está escasso ou praticamente instinto músicos e cantores que amam e priorizam a Palavra de Deus. 

Observe a história do povo de Deus nas escrituras. Se atentarmos bem, o centro de toda solenidade cúltica era o sacrifício do cordeiro no altar com o também a intercessão do sumo sacerdote em favor do povo para expiação de seus pecados. Deve-se ressaltar que o centro do culto era a pessoa e obra de Cristo. Neste momento, não havia música, apenas o silêncio, a reverência e o profundo temor. Contudo, a música era indispensável para as solenidades e os festejos do povo seja quando tudo era preparado ou quando espontaneamente tocavam e cantavam suas canções de vitórias ou de lamentos.  

Nos dias da monarquia em Israel, foi Davi quem estabeleceu institucionalmente o uso da música como elemento preparatório para o culto solene do povo de Israel. Os salmos  era o hinário do povo de Israel. Estes eram recitados em procissões rumo a Jerusalém e cantados na principais solenidades e festividades nacionais. Prática esta que se manteve especialmente nos dias do exílio e nos dias do Senhor Jesus Cristo como mencionado em Mt 26: 30 e Mc 14: 26. No Novo Testamento encontramos menções e determinações de que se use a música no culto solene como preparação para o ato central da adoração publica ao SENHOR; a pregação da Palavra (At 2: 47; Ef 5: 19; Cl 3: 16; Ap 15: 3). 

Deste modo, a que conclusão podemos chegar senão que a música ocupa o menor lugar no culto solene? Não afirmo necessariamente em relação a quantidade de músicas que se deve cantar no culto (é claro que isto também faz parte), mas principalmente, a motivação e expectativa que o crente deve ter quando está solenemente na presença do SENHOR. Sua maior preocupação e ansiedade é ouvir a pregação da Palavra. Mas e a música? A música, como disse Lutero, é serva da teologia

Todos os atos e elementos do culto devem ser usados proporcionalmente cada um a seu tempo e devido lugar, com fervor e simplicidade de maneira que não chame atenção de si mesmo mais do que a Palavra de Deus que deve ser em cada momento, orada, lida, cantada e principalmente pregada. Desta forma, veja que o destaque em todos os momentos e atividades no culto é o ensino da Palavra de Deus como também a glória de Cristo assim como era no Antigo Testamento. Assim, a aplicação é muito simples. A música deve estar no seu devido lugar no culto a Deus. Ela deve ser considerada a mais modesta parte da adoração pública em todos os aspectos. Me arrisco a dizer que ela deve ser colocada como figurante da Pregação da Palavra. Por isso, Cante apenas a Palavra!   
       

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A MÚSICA COMO ELEMENTO DE CULTO


Flávia e Melque: servos da boa musica reformada
Antes de tudo, muitas pessoas talvez não saibam o que são os elementos de culto. Não são as partes que compõe a liturgia (invocação, confissão, ofertório, adoração e edificação). Estas compõe a ordem do culto. Os elementos de culto envolve o que se deve fazer no culto, ou, quais ações devem compor os ritos no serviço religioso. Neste caso, quais atividades são designadas por Deus na Sua Palavra para a realização do culto solene? A resposta é: oração, a leitura da Palavra, a música cantada, o ofertório, os sacramentos e a pregação da Palavra. Nesta perspectiva, talvez você tenha perguntado: por que a música é considerada elemento de culto? 

A resposta é simples. Porque assim Deus determinou em Sua Palavra (Sl 9: 11; Sl 89: 1; Sl 100; Sl 105: 2; Sl 144: 9; 1Co 14: 15, 26; Ef. 5: 19; Cl 3: 16). Parece muito obvio, mas devemos analisar esta resposta para melhor entendê-la. A ideia que muitas pessoas têm com relação ao uso dos elementos de culto tem sido em certos aspectos distorcida. Em geral se entende que Deus não ordenou nas escrituras quais os atos do culto solene. Ele apenas deixou a nosso critério o que seria mais apropriado ou não para a adoração pública. 

É interessante observar que Lutero sempre defendeu o uso da música no culto como recurso que auxilia o ensino das escrituras e que o ato principal do culto era a pregação da Palavra. Porém, Lutero entendia que não havia uma restrição explícita nas escrituras sobre quais atos deveriam compor o culto solene. Para ele, a arte em seu todo deveria ser usada irrestritamente para o louvor e adoração a Deus e que o culto deveria ser enriquecido com tais variedades artísticas. 

Contudo, é preciso ressaltar que Lutero desprezaria o modo como a diversificação de estilos musicais, dança, dramatização são usados aberrantemente e sem propósito algum nos cultos solenes de muitas igrejas. Ele era muito criterioso quanto ao uso da musica no culto. Quando pastor em sua igreja, não permitia nenhuma manifestação que fosse irreverente e que aparentasse ser sádico. Mesmo que, em sua opinião, não via proibição do uso de outros recursos artísticos no culto, ele mesmo não permitiu o uso de danças e teatro na solenidade e muito menos o uso de objeto ou ritual que exprimisse qualquer resquício de idolatria. 

Outro grande reformador, João Calvino, entendia que o ponto central na adoração também era a exposição da Palavra. Contudo, ao contrário de Lutero, identificou de forma explicita nas escrituras que Deus revelou ao seu povo não apenas que deveriam adorá-Lo, mas o modo e o que deveria conter no culto solene. O culto deve ter um caráter objetivo, ou seja, deve ser simples, entendido, reverente e todos os atos devem exaltar a pessoa de Cristo. Nada pode tirar a atenção da glória de Deus.  

Neste caso, a música para Calvino não poderia ocupar o maior tempo e muito menos ocupar o lugar da pregação da Palavra. A música é uma ferramenta designada por Deus para que o seu povo pedagogicamente se envolva com as doutrinas prescritas nas escrituras. Calvino inclusive usava de forma muito zelosa o principio de que todos os atos do culto devem anunciar a Palavra. Portanto, com a música não seria diferente. Cante as Escrituras e nada mais do que isto. Por isso, a igreja de Genebra nos dias de Calvino cantavam apenas os salmos metrificados, ou como foi chamado oficialmente de “o Saltério de Genebra”.

Deste modo, conclui-se que não se trata apenas de um mandamento a ser obedecido por mera conveniência ou regra sem sentido. Ao contrário, Deus determinou que a música fosse usada como elemento de culto para que o crente orasse e reafirmasse seu compromisso com as verdades divinas (Sl 89: 1; 1Co 14: 15). A música como arte naturalmente nos envolve emocionalmente e espiritualmente com a mensagem que ela nos transmite. Sendo assim, a música no culto solene deve nos envolver com a Palavra de Deus não apenas emocionalmente, mas fundamentalmente em compreender e guardar no seu coração toda verdade revelada por Deus em Sua Palavra.

Outro aspecto importante que enriquece esta verdade é que a música é a arte que diretamente usa a palavra (refiro-me a linguagem falada e escrita). Deus em sua infinita sabedoria nos deu as línguas e a escrita para que a comunicação e a relação entre as pessoas e principalmente com o Criador fossem inteligível e precisa. Por isso, Gênesis 1 começa relatando os atos da criação dizendo : e disse Deus: haja Luz! Deus se revelava na Antiga Aliança por meios extraordinários (cristofania, sonhos, visões e profecias), mas, em todos eles, Deus usou a palavra e a escrita para comunicar Suas verdades ao seu povo com exatidão.

Portanto, assim como a oração, a leitura da Palavra e principalmente a pregação dela, a música também usa a palavra falada e escrita e faz parte do culto solene para juntos transmitirem os ensinamentos das escrituras. Por isso, é imprescindível o mandamento: Cante a Palavra!      

sábado, 11 de agosto de 2012

HEDONISMO BRASILEIRO NA MÚSICA CRISTÃ

Marcha para Jesus 2012 em Porto Velho
Se observarmos com cuidado veremos que as músicas consideradas cristãs seguiram uma forte tendência de sua época especialmente no Brasil. Tem-se cantado e tocado cânticos hedonistas. Antes de tudo, o hedonismo é uma corrente filosófica que surgiu trezentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo e dos apóstolos. Para os hedonistas, o sentido da vida está na busca pelo prazer físico e material do homem. Não existe vida após morte física por isso, só há razão de viver se nos entregamos as vontades da corpo e das necessidades pessoais. Em Atos 17: 18 Lucas faz menção a uma das escolas gregas que simpatizavam com esta corrente. Os epicureus.  

Na cultura brasileira isto pode ser detectado com mais clareza. Por exemplo, somos conhecidos pelo carnaval, futebol, festas junina e julina, as passeatas LGBT, belas praias além dos feriados religiosos e do famoso happy hour dos brasileiros após o trabalho. A música secular brasileira é predominantemente hedonística. Veja o que diz Tom Jobim: “Tristeza não tem fim. Felicidade sim.” Tom Jobim revela o anseio do brasileiro em se preparar o ano todo para apenas três dias de pura folia e felicidade no carnaval. Jorge Bem Jor confirma a mesma ideia na música: “moro num país tropical, abençoado por deus e bonito por natureza. Fevereiro tem carnaval.” 

Os estilos musicais brasileiros expressam de forma marcante a maneira como o brasileiro prefere encarar seus problemas e crises. O samba é um exemplo disto. Quantas músicas foram compostas retratando tragédias e tristezas dos brasileiros em geral e que finaliza seus refrãos satirizando-os com bom humor e irreverência. No final de tudo, a melhor coisa a fazer e rir da própria desgraça até que nos acostumemos com ela ou vai embora se cansando de nós. No fim das contas o que vale e ser feliz. este é o pensamento brasileiro.  

É importante dizer que a música considerada evangélica seguiu esta tendência hora influenciada pela teologia da prosperidade (iniciada na década de 70) com uma ajuda da teologia liberal (iniciada na década de 40) como também pela crise espiritual que tem pairado sobre os cristãos no Brasil. Várias canções, inclusive algumas delas citando textos bíblicos (como uma forma de autenticar pela autoridade das escrituras suas sutis heresias) afirmam vitórias não prometidas, estimulando falsas esperanças de bênçãos ilícitas e promovendo uma “fé” em promessas não anunciadas por Deus nas escrituras.  exemplos são extremamente claros em nososs dias. A "Marcha para Jesus" é equiparada por muitos críticos e jornalistas no mesmo nível que o carnaval e a passeata LGBT em varias cidades do país, especialmente em Porto Velho-RO. O consumo do mercado da música gospel ganhou espaço nacional a ponto da gravadora Som Livre (que pertence as organizações Roberto Marinho) produzir como divulgar os vários artistas gospel.

Alguns perigos são detectados. De início, o grotesco desvio teológico de nossos membros ao cantarem nos cultos estas músicas. Perspectiva errada de adoração e do uso da música no culto, ou seja, a música se torna um instrumento de terapia em vez de uma ferramenta que auxilia no ensino da Palavra e por fim, um pragmatismo religioso com base no emocionalismo que leva ao distanciamento de uma vida cristã saudável e coerente com as escrituras. 

A reflexão no presente artigo são duas. A primeira é a degradação teológica e espiritual dos que ouvem e cantam este tipo de música. Para que uma música seja considerada bíblica e saudável espiritualmente não deve apenas mencionar um texto bíblico, mas é necessário avaliar o contexto e enredo em que ela é aplicada. A música em seu conteúdo deve de forma simples, resumida e direta aplicar conceitos da sã doutrina a vida do crente. 

Em segundo lugar este fenômeno já faz parte do repertório litúrgico também das igrejas históricas especialmente presbiterianas. Sutilmente, diversas heresias vão consumindo os fundamentos que sustentam a vida da igreja. O pior é que não tenho percebido por parte de muitos pastores e líderes em geral a preocupação com a conscientização bíblica de seus músicos e cantores na direção da música em suas igrejas locais seja por preguiça, conveniência, falta de convicção teológica, o receio de ser censurado e até mesmo perder a simpatia de seus membros.

 Em terceiro e ultimo lugar, é necessário lembrar que o cristianismo é a contra cultura do padrão do mundo. Nenhuma argumentação é justificável diante do crivo das escrituras para adaptar e acrescentar ao culto cristão músicas (seja os estilos como o conteúdo) que em vez de aprender a Palavra levam as pessoas a criarem expectativas erradas em relação a Deus. Infelizmente, a música na igreja tem sido instrumento para esta atividade que no mínimo deve ser considerada sujestionamento de satanás. De imediato, o que é preciso fazer? Simples! Não cante mais estas músicas. O critério para isto é:

Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Fp 4: 8)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

MINHAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Natan, meu parceiro diário na música
Algumas pessoas me cobram por que ainda não usei este espaço para postar artigos na área de música, já que tenho trabalho diretamente com a música e liturgia onde sirvo como pastor. Os motivos seriam vários. Mas, as principais justificativas a serem colocadas são: 

1) Tenho lutado para administrar bem o tempo no pastoreio da igreja, na dedicação do estudo da Palavra, como também, a sobrecarga da parte administrativa da igreja. 2) Ainda não tinha coragem e bagagem suficiente para tratar deste assunto. Não que agora eu tenha adquirido em apenas quatro anos de ministério uma vasta experiência e conteúdo aprofundado para isto. Contudo, já está na hora de contribuir com um pouquinho que temos (eu e o Rev. Ewerton) estudado e ensinado a nossa igreja local quanto ao uso bíblico e saudável da música na igreja. 3) Por fim,  confesso que havia desanimado em criar um blog, já que, existem centenas deles que publicam tantos artigos sobre diversos assuntos teológicos. Meu receio ainda é de ser mais um blog que apenas sobrecarrega a internet com mais conteúdo sem propósito e utilidade para os leitores. 

Entretanto, este blog será mais uma ferramenta para compartilhar o que temos aprendido na Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho sobre o cristão e a música fora e dentro do culto solene. Durante o ano de 2010 fiz uma série de estudos teológicos nos cultos de quarta feira sobre o a Doutrina no Culto e um dos pontos que inevitavelmente chama a atenção da curiosidade das pessoas especialmente para levantar algumas polêmicas é exatamente o lugar da música no culto como o modo com que se usufrui deste recurso em todas as instâncias da vida. Da mesma maneira que a nossa igreja local tem passo a passo caminhado para a prática do culto conforme os padrões bíblicos, espero poder auxiliar os nossos leitores internautas com o ensino bíblico e reformado sobre a música em seus diversos segmentos da vida cristã.

O objetivo deste blog é abordar em artigos simples e objetivos tudo aquilo que envolve a vida do cristão em relação a música seja no culto solene como o uso dela no dia a dia. Quais os conceitos e tendências de hoje? Em que elas influenciam a nossa vida por meio da música? Como a igreja de hoje especialmente no Brasil tem usado a música nos cultos solenes? Quais os espaços que não estão sendo vijiados pela Igreja de Cristo para impedir o mundo de deturpar o uso saudável da música? A despeito disto tudo, o que diz as Escrituras sobre tudo e muito mais em relação a música? Que Deus nos ajude!

Em Cristo.